O céu do Alentejo é maior do que o do meu quintal
O azul infinito onde dançam nuvens em formas diversas é mais bonito
O sol brinca às escondidas entre elas tornando-as mais ou menos espessas
Aquele céu reflectido nas águas do Guadiana é uma imensidão de sonhos
É um amor sem fim
Um mundo cheio de projectos
Uma esperança que não acaba
Um livro em branco por escrever
Uma sensação de liberdade interior
Se o céu me dá asas ao pensamento,
os campos nas suas várias tonalidades prendem-me os pés à terra
recordam-me as brincadeiras de infância
as correrias e diabruras com os primos
trazem-me à memória os cheiros:
a panela ao lume, o chá de tília, o arroz doce acabado de fazer...
quase oiço o borreguinho junto às laranjeiras e as rãs a coaxar no tanque
E à noite aquele céu fica maior ainda
cabem nele os avós que já partiram e todos os cães que foram da família
cabem os sonhos e todos os desejos que em cada estrela cadente foram pedidos.


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