Solidão desejada
Somos indivíduos, unos, sozinhos, colocados no Mundo entre iguais. Formamos várias células, normalmente a partir da principal - a família - e participamos em comunidades que por sua vez se integram na sociedade, interagindo de forma mais ou menos complexa, explicando de uma maneira simples. Embora sejamos considerados "um animal social" e tenhamos necessidade de interação social, é importante que cada um aprofunde conhecimento sobre si próprio para melhor socializar e procurar o papel a desempenhar. Neste sentido, faz bem ficar sózinho de vez em quando para promover o autoconhecimento através do silêncio, da reflexão, da introspeção. Quebrar bloqueios, perceber porque agimos de certa forma, porque reagimos a determinada atitude, perceber os nossos próprios receios e o nosso passado para entender a complexidade do presente e toda a sua teia. A maioria das pessoas não gosta de estar sózinho. E porquê ? Porque começa a enfrentar o seu eu. Não tendo com quem interagir, com quem falar, com quem dividir pensamentos e opiniões e/ou tarefas, o indivíduo terá de enfrentar sózinho o silêncio e nele, o eco dos seus pensamentos. Começa a ouvir-se e a analisar-se. Quem melhor se conhece, mais apto estará para viver em sociedade.
Há quem se descubra e se apaixone. Há quem entre numa espiral depressiva.
Eu adoro esse tipo de solidão, a desejada, (nunca a imposta). Gosto de estar só, de fazer o que me apetecer, de nada fazer, de cantar e/ou dançar e rir de coisas que vejo, leio ou escrevo, de caminhar a ouvir música, de passear a cadela, de apanhar um pouco de sol, de conduzir sem destino ou horas marcadas, de meter as mãos na terra com as flores ou na tinta com as telas, ir para a cozinha e reinventar... ou ficar quietinha a pensar, em modo filosófico. E gosto da minha companhia. Tenho de me convidar mais vezes.😉
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