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A mostrar mensagens de fevereiro, 2020
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Já é tarde. Deixei a janela entreaberta para poder ver a lua. Com a cabeça na almofada, perco-me na luz branca que reflete, numa doce ilusão à tua volta. Como uma garota, cada vez que o telemóvel vibra penso que és tu a desejares-me uma boa noite de sonhos tranquilos. Mas não. Era só mais uma mensagem daquelas com promoções dos supermercados. Volto ao momento parado no tempo, em que sentimentos estão suspensos naquela névoa de incertezas que se balança na canoa que segue o leito do rio... ainda nos rápidos, está longe de atingir a calma perto da foz. Mas fluem. E aumentam de tamanho tal como o leito de um rio. Sigo  a corrente.
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Espero por ti como quem espera a manhã depois de uma noite em claro. Apuro o ouvido para sentir os teus passos, a tua voz doce a articular palavras de amor e desejo, procurando-me em qualquer divisão do nosso ninho, espelho do nosso amor. Procuro na minha sombra o aroma do teu corpo porque senti a tua presença. A tua silhueta ao fim da rua vem na minha direção e corro para ti com um sorriso enorme e feliz. Sinto no escuro do quarto o teu corpo quente entre lençóis e toda a energia boa que de ti emana. Olhamos o mar juntos enquanto as nossas mãos se encontram sem combinarem. Um pensa e o outro dá seguimento. Os olhos comunicam e os lábios tocam-se, como duas borboletas enamoradas entre flores. De pouco precisamos para sermos felizes, não achas ?
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Escrevo em qualquer coisa... caderno, guardanapo, bloco de notas do telemóvel... Foi num sábado de janeiro, dia 11.
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Gosto de palavras. Não as palavras ditas porque essas, como disse o poeta, leva-as o vento. Embora goste das palavras sussurradas; tornam-se mais intensas porque o ouvido fica mais atento para as receber no seu interior, estimulando sensores que podem fazer reagir todo o corpo. Mas as palavras que mais gosto são as que se escrevem. Têm um poder soberbo ! A palavra quando é escrita adquire um carácter duradouro pela sua gravação no papel ou outro suporte físico. Seja impressa ou redigida à mão, a tinta que pinta o dito suporte, desenha letras que formam palavras e frases, torna-se uma prova de algo. Mesmo que seja destruído, já durou mais que a palavra proferida. E pode ser eterno, passando de mão em mão, geração em geração. A palavra escrita tem vida. Tenho a minha vida em palavras escrita e tenho na escrita a minha vida de palavras.
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Perguntas-me como sei que é amor… não sei. Mas desconfio. Sabes quando a outra pessoa está lá para ti, sempre. Não precisa de concordar contigo, mas ouve-te, aceita-te como és. Conforta-te, faz-te rir com um disparate qualquer para desviar a tua atenção de algo menos bom. Dá-te aquele abraço demorado de onde não queres sair porque te sentes seguro. Respeita o teu silêncio sem te virar as costas porque gosta da tua companhia e se preocupa verdadeiramente contigo. Não te deixa só, jamais! Mesmo que esteja distante, sabe demonstrar que está presente. Mostra-te a verdade quando tens dificuldade em reconhecê-la. É amor quando te entregas sem reservas e sentes o mesmo com a outra pessoa. Sentes uma confiança, uma segurança que te tranquiliza como se a pessoa estivesse em ti e tu nela. É algo mágico e maravilhoso. E quando conheceres de cor as rugas de expressão da outra pessoa e imaginares sem qualquer pudor os dois a envelhecerem juntos com tudo o que isso implica… não deverá ser isto o a...
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Às vezes magoo as pessoas com tanto bem que lhes quero. Pessoas que não me conhecem mas que gostam de mim. Pessoas que adoro, que quero ter por perto na minha vida, mas que afasto para que não sofram comigo. Porque as amo como amo tantas outras, porque não concebo amizade sem um certo tipo de amor, porque amo maneiras de estar, amo sorrisos e gestos, amo momentos com certas pessoas... E antes que entendam mal este amor livre, este amor partilhado, parto com a leveza fria de quem afasta a mão que o acariciou, mas levo nos olhos o sentimento que verte pelo rosto ao virar da esquina. E sofro em silêncio, por uma situação que criei, para voltar a colocar um sorriso nos lábios no dia em que te voltar a ver, para parecer que não foi nada. Mas os olhos...esses não mentem. (Dás- me um abraço??...) Quantas mais vezes se repetirá esta história?